Veja o plano de metas de
Haddad para a cidade de São Paulo.
Na Câmara, Haddad rebate
críticas e diz que plano de metas é audacioso
Prefeito conta com repactuação da dívida e acesso a
novos financiamentos.
Oposição diz que vai acompanhar as metas passo a passo.
Oposição diz que vai acompanhar as metas passo a passo.
Roney
Domingos Do G1
São Paulo
O
prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), apresentou nesta quarta-feira (27)
à Câmara Municipal o programa de metas e reconheceu que seu cumprimento será
difícil. Orçado em torno de R$ 23 bilhões, o plano recebeu críticas de vereadores da oposição,
que o consideram inexequível.
O
programa consiste em cem objetivos que o prefeito se compromete a
cumprir até 2016, entre eles a construção de 243 creches, 20 CEUs, três
hospitais, 150 km de corredores de ônibus, 55 mil moradias, 32 unidades da Rede
Hora Certa, 43 UBSs e a ampliação do quadro da Guarda Civil Metropolitana em 2
mil novos agentes.
"Recebo
com muita humildade as críticas. É um plano difícil, um plano audacioso, mas é
o que São Paulo precisa", disse Haddad. "A ambição do nosso plano,
que na opinião de especialistas é difícil cumprir, é elevar o patamar de
investimentos para algo compatível com a força de São Paulo." A oposição,
porém, diz que vai acompanhar as metas passo a passo.
O
prefeito deu mais detalhes do quanto dependerá de ajuda dos governos estadual e
federal para concretizar as cem metas previstas. Haddad espera que até junho a
Câmara dos Deputados e o Senado Federal tenham aprovado o projeto de lei que
abre espaço para renegociação da dívida de São Pauloxcom a União. Esse ajuste, segundo Haddad,
representa 20% do valor do programa de metas.
São Paulo
depende ainda da repactuação da dívida com a União para "limpar o
nome" e ter acesso a linhas de financiamento da Caixa Econômica, Banco do
Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) previstas
no Plano de Ajuste Fiscal (PAF).
Haddad conta ainda com recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que na área da habitação, segundo ele, deverá alcançar R$ 4 bilhões.
Haddad conta ainda com recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que na área da habitação, segundo ele, deverá alcançar R$ 4 bilhões.
Disse
ainda aos vereadores que conta com parcerias com o governo do estado. "A
maior delas foi em torno da Casa Paulista, a PPP [Parceria Público-Privada]
para construção de 20 mil das 55 mil moradias previstas", disse."Se
não fosse isso [os auxílios federal e estadual] esse plano não poderia ser
apresentado. Ele conta com aquilo que as outras cidades do país já estão
fazendo."
Plano
enxuto
Ele defendeu-se das acusações de que o plano de metas é enxuto em relação ao programa de governo, que tem mais de 700 itens. "Extraímos do nosso plano de governo as cem metas que nos parecem prioritárias para que a sociedade possa acompanhar. O número cem foi absolutamente casual", afirmou.
Ele defendeu-se das acusações de que o plano de metas é enxuto em relação ao programa de governo, que tem mais de 700 itens. "Extraímos do nosso plano de governo as cem metas que nos parecem prioritárias para que a sociedade possa acompanhar. O número cem foi absolutamente casual", afirmou.
O
prefeito acrescentou que o conteúdo foi condensado. "Procuramos agrupar as
metas. No programa da administração anterior, dos três hospitais prometidos,
cada um era uma meta. Nós agrupamos. Uma das metas é a construção de três
hospitais. Isso às vezes confunde as pessoas desinformadas. Acham que isso é um
número menor de metas", afirmou.
O
predecessor de Haddad, Gilberto Kassab (PSD), foi o primeiro a trabalhar tendo
como base um programa de metas. Ele apresentou em 2009 o documento Agenda 2012,
com 223 metas, das quais cumpriu 123 em quatro anos.
Acompanhamento
O prefeito também voltou a defender que o método de acompanhamento das metas, ainda a ser definido nas próximas semanas, seja modificado. "Tem gente que defende o sistema binário: cumpriu ou não cumpriu. Não é o meu ponto de vista." Haddad justificou o uso da avaliação binária para cobrar, durante a campanha eleitoral, Kassab. "Em relação aos hospitais, não existia sequer desapropriação do terreno", afirmou.
O prefeito também voltou a defender que o método de acompanhamento das metas, ainda a ser definido nas próximas semanas, seja modificado. "Tem gente que defende o sistema binário: cumpriu ou não cumpriu. Não é o meu ponto de vista." Haddad justificou o uso da avaliação binária para cobrar, durante a campanha eleitoral, Kassab. "Em relação aos hospitais, não existia sequer desapropriação do terreno", afirmou.
A
secretária municipal do Planejamento, Leda Paulani, reafirmou que manteve
alinhamento das metas com o programa de governo. "A gente fez um programa
de metas absolutamente consistente com o programa de governo e que a gente
julga factível."
Oposição
O líder do PSDB na Câmara, vereador Floriano Pesaro, disse que a oposição vai instaurar um sistema de acompanhamento das metas. Haddad, por sua vez, afirmou que vai trazer do Ministério da Educação um sistema de acompanhamento mais sofisticado.
O líder do PSDB na Câmara, vereador Floriano Pesaro, disse que a oposição vai instaurar um sistema de acompanhamento das metas. Haddad, por sua vez, afirmou que vai trazer do Ministério da Educação um sistema de acompanhamento mais sofisticado.
O
vereador Andrea Matarazzo (PSDB) disse que as metas são conservadoras para
driblar a fiscalização. Ele também criticou o fato de Haddad incorporar ao seu
programa de metas parcerias com o governo estadual, administrado pelo PSDB.
Para
Matarazzo, o programa de metas de Haddad é mais enxuto do que o programa de
governo para driblar a fiscalização. "Eram 700 promessas de campanha e
agora são 100 metas. Sempre é melhor diminuir metas para dizer depois que
suplantou as metas", afirmou. "É um governo conservador com orçamento
reacionário. Se você olhar os congelamentos, são todos em áreas sociais."
27/03/2013
17h47 - Atualizado em 27/03/2013 19h40
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Data de
acesso:16/04/2013