segunda-feira, 6 de maio de 2013

Clonagem de celulares no Brasil.



Clonagem de celulares: informações que você precisa saber
As operadoras dizem que seu número está seguro, mas ainda existem brechas facilitando a vida de criminosos

Você já recebeu uma ligação em seu celular de alguém que pergunta por outra pessoa como sendo a proprietária do seu número? Se isso já aconteceu mais de uma vez nos últimos dias... Atenção! Seu celular pode ter sido clonado.
Foi com uma dessas situações que a "novela" vivida pelo advogado Francisco Roberto da Silva começou. Ele teve seu celular clonado não só uma, mas duas vezes e levou mais de 2 anos para resolver a questão. Aliás, a resolução só se deu através de ação judicial em que a operadora Vivo, foi condenada a lhe ressarcir parte dos prejuízos.
"A Vivo foi condenada a me pagar cerca de R$ 5 mil reais na época, mas isso não chegou nem perto dos negócios que eu perdi por causa da clonagem do meu aparelho", explica o advogado. O fato aconteceu há alguns anos, antes das regras da portabilidade e da chegada da tecnologia GSM, na ocasião a operadora Vivo, que fornecia o serviço para o advogado, trabalhava com a tecnologia CDMA.
Description: O advogado Francisco Roberto enfrentou muitos problemas com clonagem
O advogado Francisco Roberto enfrentou muitos problemas com clonagem
O advogado conta que às vezes conseguia interceptar as conversas e ouvia coisas estranhas. "Escutava alguém dizer 'olha a encomenda já está em tal lugar', essas coisas". O pior para Francisco foi perceber que a conta de telefone, que em média custava de R$ 80,00 a R$ 100,00, saltou para R$ 3 mil. "Foi um susto receber uma conta tão alta".
Em seguida, teve início a disputa com a operadora, que inicialmente lhe informara que faria testes nas linhas, lhe ofereceu um outro número, o que atrapalhou os negócios do advogado, já que sem ter amparo da lei da portabilidade ele aceitou um outro número. Mas, para sua infelicidade, o novo contato também foi clonado.
"Foi um absurdo, só consegui resolver a situação depois de muito brigar com a Vivo. Cada ligação para reclamar eu ficava uma, duas horas pendurado na linha e nada". Francisco só foi ter o caso resolvido depois que entrou com uma ação na Justiça.
Tecnologias disponíveis
Atualmente, existem três tecnologias sendo utilizadas no Brasil: TDMA, GSM e CDMA. "A TDMA (Time Division Multiple Access), considerada a 2ª geração, criada nos Estados Unidos, está presente em todo o Brasil e possui a maior cobertura digital, quando começou a ser usada", explica Denny Roger, membro do Comitê Brasileiro sobre as normas de gestão de segurança da informação (série 27000), e  especialista em análise de risco, projetos de redes seguras.
Description: O GSM é a tecnologia mais usada do mundo

O GSM é a tecnologia mais usada do mundo
Ele explica que o GSM (Global System for Mobile Telecommunications) foi desenvolvido a partir do TDMA. "O GSM é a tecnologia mais usada do mundo: mais de 580 operadoras de mais de 200 países diferentes usam o sistema". Já a tecnologia CDMA, considerada a 3ª geração, possui melhor desempenho que a tecnologia TDMA e GSM. Como ponto forte, apresenta alta velocidade na transmissão de dados e oferece suporte para os avanços tecnológicos.
Livres dos hackers?
O especialista contrariou todas as operadoras ouvidas pela reportagem ao afirmar que nenhuma das três tecnologias (TDMA, GSM e CDMA) em uso no Brasil estão livres das ações dos hackers.
"Para o atacante conseguir as informações necessárias para realizar a clonagem de um aparelho, será necessária a utilização de um scanner de freqüência ou um receptor de rádio de alta freqüência. O segundo passo é identificar um ponto vulnerável para começar a caçada virtual de aparelhos celulares desprotegidos", afirma Denny.
Um dos momentos mais vulneráveis é quando o assinante de uma operadora precisa realizar uma viagem, o seu celular irá operar fora da sua área de cobertura, ou seja, em roaming. Quando o celular passa a operar em roaming, será utilizada, em alguns lugares, a rede AMPS. Essa rede AMPS opera no modo analógico e possui uma segurança fraca. Apenas os aparelhos que utilizam a tecnologia TDMA e CDMA, utilizam a rede AMPS quando estão fora da área de cobertura.
Description: Cuidado para não ter o seu celular clonado
Alguns cuidados previnem que seu celular seja clonado
 Os celulares possuem uma senha única, composta pelo número da linha somada a mais um código do aparelho. Essa combinação é chamada de ESN. Quando o celular é ligado, a senha é transmitida para autenticar o celular na rede. Dessa forma, o celular saberá qual a ERB (estação radiobase - antena) será utilizada para se comunicar. Utilizando o scanner de freqüência, o atacante começa uma busca por aparelhos que estejam utilizando a rede AMPS.
Dessa forma, o atacante irá conseguir a senha única (ESN) do aparelho e irá transferir os dados para um aparelho celular (geralmente roubado) para completar o ataque. "Os aeroportos são um prato cheio para o atacante. Isso ocorre porque a maioria das pessoas que estão no aeroporto, utilizam seus aparelhos no modo roaming", afirma o especialista.
Nossa reportagem ouviu as operadoras TIM, que informou que atualmente utiliza as tecnologias GSM e WCDMA que, devido a seus algoritmos de cifragem, não permitem a clonagem do acesso. "Até o momento, a operadora não registrou histórico de clonagem com uso dessas tecnologias", afirmou através de sua assessoria de imprensa.
A Vivo e a Claro também responderam de forma semelhante, afirmando que a tecnologia GSM está "livre" de clonagens e que as suas redes em CDMA, já reduzidas, não registram nenhum caso de clonagem há mais de um ano. Mas, segundo Denny a tecnologia GSM não está livre da ação dos hackers.
Ele explica que a tecnologia digital, utilizada nos três sistemas (TDMA, GSM e CDMA), possui mais recursos para garantir a privacidade do usuário. "Os recursos de segurança disponíveis para a tecnologia digital minimizam problemas relacionados a clonagem ou escuta no celular. Na tecnologia digital, a voz é codificada em um sinal digital para ser transmitida, sendo depois decodificada na outra ponta da linha", esclarece.
Evitando ataques ao aparelho celular
Para minimizar o risco nos aparelhos que utilizam a tecnologia TDMA e CDMA, o assinante deverá acessar o menu de configuração de rede do celular e configurá-lo para operar em modo digital. É importante observar que nem todos os aparelhos permitem este tipo de configuração e que o assinante terá problemas quando estiver fora da sua localidade (roaming).
  • Evite utilizar o aparelho celular próximo ao aeroporto e rodoviárias. Estes locais são os preferidos dos atacantes, pois existe um grande número de assinantes trabalhando em modo analógico, facilitando assim o ataque.
  • Nunca deixe o seu aparelho celular em lojas não credenciadas pelo fabricante, existe o risco do técnico clonar o seu aparelho.
  • Nunca compre aparelho celular de uma loja não credenciada pelo fabricante.
  • Ao receber muitas ligações erradas, entre em contato imediatamente com a operadora.
  • Caso o seu celular tenha sido roubado ou desapareceu por alguns instantes, comunique imediatamente a sua operadora. O seu celular pode ter sido clonado.
Em contato com nossa reportagem a Anatel foi categórica ao afirmar que os custos de uma possível clonagem são de inteira responsabilidade da operadora em questão: "O usuário de celulares não pode ser onerado em decorrência de  fraudes no serviço, devendo a prestadora buscar os meios para minimizar seus impactos, seja de cobranças indevidas ou a necessidade de novo terminal.
O usuário, caso entenda ter sido vítima de fraude ou de clonagem, especificamente, deve entrar em contato o quanto antes com sua prestadora para as devidas providências e saneamentos necessários". Acesse agora, na página da Anatel um roteiro para saber se o seu celular foi clonado.
 Por Marcelo Valladão de Sousa em 26/Dez/2011

Data de acesso:06/05/2013

domingo, 5 de maio de 2013

Falta de linhas de transmissão em três estados impede que a energia produzida pelo vento chegue à casa de milhares de brasileiros.



Energia eólica é desperdiçada por falta de linhas de transmissão no NE
Desperdício dos parques eólicos já virou prejuízo para o governo federal.
Produção seria suficiente para abastecer 3,3 milhões de pessoas.
No Nordeste, a falta de linhas de transmissão em três estados impede que a energia produzida pelo vento chegue à casa de milhares de brasileiros. Esse desperdício já virou prejuízo para o governo.
Além da paisagem exuberante, as praias do Nordeste reúnem condições ideais para mover geradores de energia limpa. Na região, não há barreiras para o vento, que é constante. Por isso, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), das 92 usinas em operação no país, 60 estão na região.
"A energia eólica hoje é um meio alternativo, até mesmo para economizar água nos reservatórios. Então, no período de seca, você tem energia eólica gerando para poder suprir essa necessidade", explica o gerente do Parque Eólico, Christian Luz.
O uso do vento na matriz energética brasileira cresceu 73% em um ano. Hoje, a energia eólica representa cerca de 2% da capacidade de energia elétrica disponível no Brasil. Mas poderia ser mais aproveitada.
Para chegar até os consumidores, a energia gerada depende das redes de transmissão, que não são de responsabilidade das empresas que mantém os parques eólicos. E este tem sido um dos principais problemas do setor.
Em três estados brasileiros, Ceará, Bahia e Rio Grande do Norte, 26 empreendimentos estão prontos para produzir energia, mas ela não é distribuída por falta de linhas de transmissão. A Associação Brasileira de Energia Eólica calcula que seria uma produção suficiente para abastecer, por mês, cerca de 3,3 milhões de pessoas, mais do que a população de Salvador.
Como entregaram os parques eólicos no prazo, as empresas recebem do governo federal o que está previsto nos contratos, mesmo sem gerar energia: só nos últimos nove meses, foram pagos R$ 263 milhões.
"O prazo da construção da linha de transmissão tem que estar sincronizado com a construção do parque. Esse contrato de construção tem que estar fechado com multas, com compromisso, com responsabilidade, de tal forma que seja viável a execução da linha naquele prazo", ressalta Adão Linhares, da Câmara Setorial de Energia Eólica.
Pelo atraso na instalação das redes, a Chesf, responsável pelas linhas de transmissão, foi multada em mais de R$ 8 milhões. Em nota, a companhia atribuiu o atraso às exigências dos órgãos ambientais e ao curto espaço de tempo para montar a distribuição de energia dos novos parques eólicos.
Edição do dia 04/05/2013
04/05/2013 21h08 - Atualizado em 04/05/2013 21h08
Data de acesso:05/05/2013

Frente de Esculacho Popular-FEP,pede exoneração de delegado que trabalhou na ditadura de 1964.



Grupo pede afastamento de delegado que atuou na ditadura
Em Itatiba, interior de São Paulo, Carlos Alberto Augusto foi denunciado em outubro de 2012, mas nomeado delegado em fevereiro passado
São Paulo -- A Frente de Escracho Popular (FEP) realizou hoje (4) um ato na Praça da Bandeira, no centro de Itatiba, cidade a cerca de 80 quilômetros da capital paulista. O objetivo da manifestação, conhecida como "esculacho" foi denunciar publicamente e exigir a exoneração do delegado Carlos Alberto Augusto, conhecido como Carlinhos Metralha ou Carteira Preta, acusado em um processo judicial e apontado por entidades de direitos humanos de ser executor de torturas entre os anos de 1970 e 1977, como agente da ditadura militar.
Metralha fazia parte da equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury, apontado como um dos mais ativos torturadores do período. Ele também é acusado de participar do Massacre da Chácara São Bento, em Pernambuco, em 73. Na ocasião, seis militantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) foram assasinadas. Entre elas, Soledad Barret Viedma, que estava grávida do agente infiltrado Cabo Anselmo. Em outubro de 2012, ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal por participação no sequestro do militante de esquerda Edgar de Aquino Duarte, em 1971. Em fevereiro desse ano, foi nomeado pelo governo do estado delegado.
“Estamos aqui para denunciar esse torturador, esse carniceiro”, foram algumas das acusações feitas por Nico de Almeida, membro da FEP. O grupo – representado por cerca de 30 pessoas que foram à cidade em ônibus alugado – já realizou outros escrachos, mas esse é o primeiro em que o agente alvo das denúncias ainda está na ativa.
O MPF e a Comissão Estadual da Verdade já ingressaram com ações pedindo a exoneração do delegado de suas funções, baseado no regimento interno da policia civil, que prevê o afastamento de delegados suspeitos de quebras disciplinares graves. A justiça pediu detalhes sobre o histórico de Alberto Augusto para tomar a decisão.
Para os membros do FEP, a presença do suspeito de torturas aos direitos humanos deixa a população vulnerável a outros desrespeitos. “O ato serve inclusive para a comunidade se preparar para denunciar possíveis violências que podem acontecer. A gente está aqui para alarmar, para que eles saibam que o governo estadual, a secretaria de segurança pública colocou para eles. Estão todos vulneráveis de ser vítimas de violências como essas”, afirmou Almeida.
Para Fabiana do Carmo, de 21 anos, a relação de parte da população de Itatiba com a policia na cidade já é ruim, principalmente em relação “os meninos dos morros”. “Eles não podem ver ninguém que parece 'do morro' que já chegam 'chegando'”, ilustrou. Ela conta que mora em um conjunto habitacional e que é comum que a polícia “entre com tudo” para perseguir pessoas. “Muita gente diz que é mais fácil ser protegido por bandidos do que pela polícia. E eu concordo, porque tem certos valores que os bandidos têm que a polícia não tem”, acredita.
Os manifestantes fizeram questão de lembrar que o ato também é contra a violência policial. E lembraram que no próximo dia 12 se completam sete anos dos Crimes de Maio, quando 493 pessoas foram assassinadas em um período de dez dias, na maioria dos casos, com sinais de participação de policiais.
“Não há reconciliação. Não há perdão. Os torturadores têm de ser processados, julgados e punidos. Como aconteceu na maior parte das democracias da América Latina, em países que sofreram também com ditaduras”, encerrou Almeida.
 por Gisele Brito publicado 04/05/2013 17:24


Data de acesso:05/05/2013

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Os três Poderes no Brasil (executivo, legislativo e judiciário)



Teoria dos Três Poderes (executivo, legislativo e judiciário)

A Teoria dos Três Poderes foi consagrada pelo pensador francês Montesquieu. Baseando-se na obra Política, do filósofo Aristóteles, e na obra Segundo Tratado do Governo Civil, publicada por John Locke, Montesquieu escreveu a obra O Espírito das Leis, traçando parâmetros fundamentais da organização política liberal.
O filósofo iluminista foi o responsável por explicar, sistematizar e ampliar a divisão dos poderes que fora anteriormente estabelecida por Locke. Montesquieu acreditava também que, para afastar governos absolutistas e evitar a produção de normas tirânicas, seria fundamental estabelecer a autonomia e os limites de cada poder. Criou-se, assim, o sistema de freios e contrapesos, o qual consiste na contenção do poder pelo poder, ou seja, cada poder deve ser autônomo e exercer determinada função, porém o exercício desta função deve ser controlado pelos outros poderes. Assim, pode-se dizer que os poderes são independentes, porém harmônicos entre si.
Essa divisão clássica está consolidada atualmente pelo artigo 16 da Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) e é prevista no artigo 2º na nossa Constituição Federal.
No Brasil, as funções exercidas por cada poder estão divididas entre típicas (atividades freqüentes) e atípicas (atividades realizadas mais raramente).
Poder Executivo
- Função típica: administrar a coisa pública (república)
- Funções atípicas: legislar e julgar.
Poder Legislativo
- Funções típicas: legislar e fiscalizar
- Funções atípicas: administrar (organização interna) e julgar
Poder Judiciário
- Função típica: julgar, aplicando a lei a um caso concreto que lhe é posto, resultante de um conflito de interesses.
- Funções atípicas: as de natureza administrativa e legislativa.
Atualmente fala-se no Brasil a respeitos da existência de um quarto poder, exercido pelo Ministério Público, o qual é o responsável pela defesa dos direitos fundamentais e a fiscalizar os Poderes Públicos, garantindo assim, a eficiência do sistema de freios e contrapesos. Cumpre ressaltar, contudo, que há divergência de opiniões a respeito da existência deste quarto poder.
Data de acesso:03/05/2013